Se você acha que pular de paraquedas é um esporte muito radical é porque não conhece o BASE jumping! Já ouviu falar nesse novo esporte que está ganhando o mundo? As pessoas que o praticam contam que não há sensação de liberdade maior que essa. Mas, afinal, como se praticar no Brasil?
O conceito do BASE jumping é bem simples: saltar de um ponto fixo muito alto com o paraquedas ou com o wingsuit. Fácil né?
A palavra Base são as siglas dos locais que são considerados saltáveis no esporte. Building (prédio ou ponte), Antenna (antena), Span (frestas ou brechas) e Earth (locais na natureza, como montanhas, etc.). Com isso, é conhecido também como B.A.S.E.
História do BASE jumping
Existem relatos que o ato de saltar de um ponto fixo com o paraquedas já existe há mais de 900 anos. Na década de 60, os saltos de paraquedas a partir de um avião foram crescendo e ganhando espaço na prática de esportes radicais.
Foi em 1970 que o paraquedista Don Boyles realizou o primeiro salto de BASE jumping no mundo. O salto que foi realizado a partir de uma ponte no Colorado (EUA), a 321 metros de altura, deu início ao que seria no futuro um dos esportes mais radicais do mundo.
Mais saltos foram realizados, inclusive um deles foi feito para um dos filmes do James Bond, em 1976, o que promoveu a divulgação do BASE jumping para o mundo. No final da década de 70, o paraquedista Carl Boenish (pai do BASE jumping moderno) com 3 amigos iniciaram os primeiros saltos modernos.
Os paraquedistas conceituaram o esporte com as regras que existem hoje. Diversos saltos foram feitos pelos 4 amigos no El Capitan, parque nacional Yosemite nos EUA, e a partir disso sua popularização foi questão de tempo.
Tipos de BASE jumping
Você já viu que algumas pessoas saltam de pontos fixos vestindo uma roupa semelhante à estrutura de um pássaro? É o wingsuit e é uma das possibilidades durante o salto. Alguns pulam apenas com o paraquedas e outros fazem uso do wingsuit e do paraquedas.
O equipamento possibilita que o praticante realize mais manobras, permanecendo mais tempo no céu e voando como um pássaro.
Quer sentir mais ou menos como é saltar de B.A.S.E.? Dá só uma olhada neste vídeo que é de tirar o fôlego!
Ganhando asas com o wingsuit
O uso do wingsuit também é realizado dentro do paraquedismo. Os saltos de paraquedas costumam ser rápidos, a velocidade vertical que o corpo atinge é enorme, já a velocidade horizontal, sem o wingsuit, não é muito otimizada. Geralmente, saltos de paraquedas, sem o wingsuit, costumam pousar próximo de onde foi realizado o salto.
Já com o wingsuit os paraquedistas podem voar para muito longe. O recorde foi de um suíço na Irlanda que saiu do avião a 4.500 metros de altura e voou aproximadamente 17,6 km pelas águas da costa irlandesa, a uma velocidade média de 250 km/h.
É realmente um esporte radical incrível, é como se sentir o super-homem, segundo o Carl Boenish, referência no assunto. Começar a usar o wingsuit em seus saltos leva tempo.
As escolas de paraquedismo começam a introduzir o BASE para aqueles que detinham experiência com pelo menos 200 ou 300 saltos no currículo, dependendo da instituição.
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Como praticar o BASE jumping no Brasil?
A prática do esporte no Brasil já existe atualmente, mas se comparada aos Estados Unidos e Canadá ainda é pouco praticado.
Para começar a saltar de B.A.S.E é necessário ter saltado no mínimo 100 vezes de paraquedas, há quem peça 300. Então, se saltou de paraquedas e está empolgado com o BASE jumping terá que ralar muito ainda.
O risco enfrentado no BASE jumping é bem maior que no paraquedismo. Por isso a necessidade da experiência nos céus. Problemas com o salto ou vento fraco podem deixar o base jumper muito próximo do chão ou das estruturas ao redor (morros ou árvores), além do risco de falha com o paraquedas.
Difícil falar de cursos BASE jumping no Brasil; existe uma escola de paraquedismo no Rio Grande do Sul que ministra o esporte. Entretanto, antes de tudo, é obrigatório ser experiente no paraquedismo. Muitos base jumpers no Brasil indicam os interessados a procurarem um paraquedista que pratique o B.A.S.E para começar sua iniciação.
Total autonomia com o equipamento e se conhecer nos céus são as primeiras dicas que os base jumpers dão. A pessoa tem que ser rápida com seus reflexos, meia fração de segundo em uma manobra mal desempenhada pode custar a sua vida.
Pontos para base jumping no Brasil
Temos diversos pontos dentro da natureza para praticarmos o esporte no país. Até o momento não existe nenhuma regulamentação que proíba o BASE jumping em determinados lugares. A proibição existe em alguns pontos nos EUA, por exemplo.
Pedra da Gávea (Rio de Janeiro)
São 842 metros de altura e o salto costuma durar cerca de 4 segundos sem o equipamento do wingsuit. A vista da cidade maravilhosa e do mar ao mesmo tempo é impressionante, fazendo desse ponto um dos mais procurados nos saltos de B.A.S.E e asa delta.
Cachoeira do Tabuleiro (Minas Gerais)
Por que ficar embaixo de uma cachoeira se você pode saltar dela? São 273 metros que fazem dela a terceira cachoeira mais alta do Brasil.
Pedra da Onça (Espírito Santo)
São aproximadamente 400 metros que se tornam até 10 segundos de queda livre e com wingsuit até 1 minuto. Em 2013 o local sediou o campeonato mundial da modalidade (World Wingsuit Race).
Edifíco Dacon (São Paulo)
O edifício Dacon localizado na Av. Brigadeiro Faria Lima não é frequentemente palco de saltos com o BASE jumping, mas já sediou o campeonato de B.A.S.E das Américas em 2014 com seus 80 metros de altura.
O esporte vem crescendo cada vez mais e de uns anos para cá e tem se tornado mais popular no Brasil. Como dizem seus praticantes, é algo libertador, que proporciona uma adrenalina sem igual. Entretanto não podemos esquecer dos riscos que ele oferece.
Em 2010, o número de praticantes de BASE Jumping era de 12 mil pelo mundo, com um índice de 0,83 de mortes.
Mesmo com toda a experiência não deixa de ser um esporte radical. Devido aos riscos a que os praticantes se expõem é alvo de muitos debates sobre sua prática. Mas como já dizia Guimarães Rosa, viver é muito perigoso!