Muito se fala sobre Relativismo Cultural, mas muitas pessoas não sabem o que quer dizer essa expressão. Chegou o momento de entender o que realmente significa essa palavra. Mas antes de conhecer o significado, é bom saber um pouco sobre a Antropologia que estuda esse tipo de comportamento.
A antropologia é recente no campo das Ciências Sociais e escolheu a cultura humana e seu desenvolvimento como objeto de pesquisa principal. Ela direciona seus estudos em diferentes povos, sendo muitos considerados exóticos. O olhar para o outro foi o grande foco das pesquisas antropológicas, principalmente a partir da crítica do etnocentrismo (que será explicado abaixo).
De acordo com a antropologia, o relativismo cultural é não julgar a cultura do outro a partir da sua, ou seja, não julgar o outro a partir de sua própria visão, como se ela tivesse que ser copiada por todos, e também que não exista a expressão “cultura melhor” ou “cultura pior”. Foi a partir do século XX, que o relativismo cultural se tornou como uma regra antropológica, combatendo a visão etnocêntrica e sem julgamentos culturais.
O Relativismo Cultural e seu significado
Falando sobre a perspectiva do conceito científico, o relativismo cultural supõe que o pesquisador tenha uma visão totalmente neutra sobre a diversidade cultural, mesmo que seja algo totalmente novo e que cause estranheza. Ou seja, falar sobre o relativismo é não julgar as diferentes culturas e também deixar um pouco de lado sua cultura para expandir sua mente para conhecer outras.
Os valores de cada sociedade só têm sentido no olhar do próprio povo que é adepto aqueles costumes, sendo difícil compreender se visto de um olhar exterior. Para entender sobre cada cultura, os sociólogos e antropólogos precisam se colocar no lugar do outro e tentar entrar em seus costumes, mesmo que isso seja difícil devido a sua grande bagagem cultural.
Exemplo de relativismo cultural: No Brasil, as mulheres usam roupas que deixam barriga e pernas de fora, o que não é aceitável nos países árabes, onde as mulheres ficam totalmente cobertas. É a diversidade cultural e cada um deve respeitar sem achar que a sociedade a qual pertence está correta e a outra errada.
Outro exemplo que pode ser citado é referente a religião. Não se pode achar que uma religião é superior a outra, mas é fato que muitas pessoas de uma determinada religião não conseguem aceitar a outra. Isso é um exemplo ao contrário do relativismo cultural.
O relativismo cultural é utilizado na antropologia justamente porque junto aos pesquisadores não pode existir nenhum tipo de julgamento. Mas é importante lembrar que o relativismo deve ser usado todos os dias por toda a sociedade. Essa é a única forma de conhecer as diferenças de cada indivíduo e estabelecer melhores relações sociais e que as pessoas se tornem mais compreensivas.
Ele proporciona a distância de preconceitos, discriminação e intolerância, o que a sociedade mais precisa neste momento. Esse conceito é totalmente diferente do etnocentrismo, que é justamente o que a cultura vivencia hoje. Uma superioridade que gera um grande impacto negativo nas relações sociais.
Antes de descobrir mais sobre as relativismo cultural, dê uma olhada nestes links. Eles com certeza irão ajudar a conhecer mais sobre outras culturas:
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Relativismo Cultural x Etnocentrismo
Nos dias atuais, essa superioridade pode ser baseada pelas riquezas, que diferenciam a cultura de cada um. Por exemplo: a tecnologia que determinados grupos possuem em suas mãos enquanto outros não possuem acesso, moradia, as oportunidades de educação e até mesmo o acesso à alimentação.
Mesmo sabendo que não deve existir nenhuma diferença entre as culturas, essa não é a realidade. Dessa forma é possível iniciar uma explicação da diferença entre o relativismo e o etnocentrismo.
O relativismo cultural é exatamente ao contrário do etnocentrismo. Palavra de origem grega ethnos que significa nação, tribo ou pessoas que vivem juntas e centrismo que significa centro. De acordo com o conceito da antropologia, o etnocentrismo é a visão que alguém tem sobre sua própria cultura. Por exemplo: a correta é apenas a sua, considerando todas as outras em um plano inferior a sua.
É você se imaginar em um lugar totalmente diferente do que você cresceu, com hábitos e costumes que nunca tenha conhecido. Por exemplo: viver na índia com os tradicionais casamentos arranjados, pode ser uma tribo aqui no Brasil totalmente diferente ou na Arábia Saudita e a obrigação do uso de burcas.
É bem capaz que esses costumes entrem na sua cabeça como um confronto daquilo que você acredita. E aí tudo começa a ficar confuso e algumas afirmações começam a surgir. Por exemplo: “Isso é totalmente errado” ou “Não é possível que essas pessoas vivam dessa forma”. Esse tipo de pensamento é justamente o que se chama etnocentrismo.
Ele também está voltado para o ar de superioridade e dominação, quem domina está acima de todos e não permite que outros pensem diferente dele. E para defender-se, a forma antiga era exterminar a todos que ameaçavam de um jeito muito violento. O outro jeito de deter quem pensava diferente sem utilizar uma forma sangrenta era oprimindo e humilhando as outras pessoas. Totalmente ao contrário do relativismo cultural.
Relativizar é nunca transformar o que é considerado diferente de uma cultura para outra em hierarquia. Pensar que sua cultura é mais importante que outras é um grande erro. Não se deve valorizar uma sociedade baseada em critérios de superioridade e inferioridade. Enfim, todos são diferentes e tudo o que é diferente deve ser respeitado.
Nem tudo que você discorda é considerado etnocentrismo
Não compreender tudo de uma cultura, não faz de você um etnocentrista. Provavelmente você não deve concordar com tudo da sua própria cultura, isso é bem normal. Isso faz com que não tenha nenhuma obrigação em aceitar o que é proposto em uma outra sociedade. Mas é preciso respeitar e tentar entender antes de julgar.
Na índia, por exemplo, a gravidez de uma mulher é interrompida se é descoberto que é uma menina. Ninguém consegue aceitar, mas se você busca entender antes de julgar, consegue perceber que isso acontece por questões financeiras. Isso porque na Índia, os pais ainda pagam dotes na cultura indiana, fazendo com que seja difícil sustentar uma menina na família.
É claro que o correto é o governo buscar uma solução para que esse tipo de coisa não exista mais. O fato é entender a diferença do pensamento etnocêntrico de quando você discorda de alguma prática de outra sociedade. É agir sem preconceito e superioridade, apenas não concordar com determinado ato daquela cultura.