A depressão no trabalho é algo cada vez mais comum no Brasil e ao redor do mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é um transtorno mental que pode ser notado através de variações no humor, nas emoções e na queda na autoestima.
Além disso, a pessoa afetada pela depressão demonstra o desinteresse em efetuar ações no dia a dia que antes eram agradáveis, insônia e falta de apetite. Por isso, é essencial prestar atenção nas mudanças bruscas tanto no humor de seus colegas quanto o seu.
Você suspeita que alguém do seu local de trabalho esteja passando por isso ou este pode ser o seu caso? Então, esse texto foi feito para você, uma vez que reunimos uma série de informações importantes sobre a depressão no trabalho e como fazer para diagnosticar e vencer essa batalha. Vamos lá?
Estatísticas atuais da depressão no trabalho
No território nacional, a depressão no trabalho tem sido uma dificuldade muito alarmante e corriqueira. Conforme os dados do Ministério do Trabalho, somente em 2013, aproximadamente 60 mil profissionais necessitaram se distanciar de suas funções e solicitar o recebimento do auxílio doença.
Tudo isso após serem diagnosticados com etapas avançadas da enfermidade. Ainda conforme a OMS, a depressão é a maior causa de enfermidades e deficiência no planeta nos dias de hoje. Há aproximadamente 300 milhões de pessoas que lidam com a doença neste momento.
A Organização Mundial da Saúde ainda destaca que o não entendimento da depressão como doença em alguns locais é preocupante. Segundo as estatística, essa questão pode gerar um prejuízo de até 1 trilhão de dólares. Isso porque os trabalhadores vão render menos ou apenas faltar ao serviço.
E no Brasil, a depressão no Brasil já demanda a atenção dos órgãos federais, estaduais, municipais e sindicais. Para o Ministério do Trabalho, é essencial que todos esses componentes unam forças e desenvolvam iniciativas para reduzir a pressão nos funcionários e diagnosticar o problema rapidamente.
Quais são os sinais da depressão no trabalho? Descubra aqui!
De fato, a depressão não é desencadeada por um único fator. Ela pode ser oriunda de elementos psicológicos, biológicos e até de ordem hereditária. Mas, se entende que tudo começa com um caso de estresse altíssimo e depois da solução do problema, a pessoa segue sentindo esses sintomas.
- Tristeza;
- Variações de humor;
- Falta de interesse nas tarefas diárias;
- Dificuldade para dormir;
- Mudança de peso sem motivo aparente;
- Falta ou excesso de apetite;
- Desmotivação para programar os seus afazeres cotidianos;
- Dificuldade para se manter o foco no trabalho;
- Indecisão;
- Problemas de memória;
- Cansaço físico;
- Estafa mental;
- Indisposição;
- Desanimo.
Esses sinais são mais corriqueiros do que a maioria das pessoas suspeita. Apesar disso, muita gente opta por não pedir um tempo de suas funções, uma vez que esses sinais cognitivos são mais fáceis de ocultar. Outro motivo é o medo de não ser compreendido e perder o seu emprego em meio a uma crise.
Caso você tenha notado algum ou vários destes sintomas em algum colega de trabalho ou amigo é fundamental que se mostre pronto para amparar e apoiar a busca por ajuda profissional. E embora não seja você tão íntimo, não se esconda!
É essencial demonstrar que está ao lado desta pessoa com atitudes e palavras afetuosas. Não julgue a condição e garanta estar aberto para ouvir desabafos ou ajudar em momentos de urgência.
E quando você desconfia estar sofrendo com a depressão no trabalho? O ideal é seguir o mesmo protocolo. Avalie a sua situação no dia a dia e procure por ajuda médica para que se obtenha o diagnóstico e o tratamento indicado.
Fatores escondidos
É de vital importância frisar que nem apenas os profissionais que possuem alguns dos sinais citados anteriormente com regularidade sofrem com a depressão. Saiba que até aqueles que não exibem melancolia, tristeza ou mau humor encarem os efeitos da depressão no trabalho.
E essa é uma enfermidade que atinge todas as idades, estilos de vida e popularidade. Nem mesmo famosos, artistas e esportistas de alto rendimento estão livres desta dificuldade. Confira alguns exemplos!
Nadador Michael Phelps
Provavelmente, você já deve ter ouvido falar de um dos maiores fenômenos das piscinas de todos os tempos. O nadador Michael Phelps admitiu ter lidado com a depressão por anos, cogitado a aposentadoria e até o suicídio.
De acordo com relato de Phelps em entrevistas, a pior etapa da depressão ocorreu depois de faturar seis medalhas nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Em 2016, ele veio para os Jogos do Rio de Janeiro e quebrou recordes após superar a patologia.
Jim Carrey
Fazer rir pode não ser o trabalho mais fácil do mundo. Conhecido por filmes e séries de humor, o ator Jim Carrey também sofreu com a depressão. Ele já admitiu ter consumido o remédio Prozac como parte do seu tratamento, que foi intensificado após perder a namorada também vítima da depressão.
Barbra Streisand
A famosa e premiada cantora e atriz, Barbra Streisand, não escondeu a sua luta contra os transtornos mentais. No seu caso, Barbra precisou enfrentar os sintomas de crises de ansiedade e Síndrome do Pânico.
Jonathan Cristaldo
O atacante Jonathan Cristaldo tem 29 anos e ganhou reconhecimento no Brasil após a sua passagem pelo Palmeiras entre 2014 e 2016. O atleta sempre foi conhecido pelas interações engraçadas com os torcedores nas redes sociais, as entrevistas bem humoradas e a dedicação dentro de campo.
Por isso, ele causou muita surpresa ao reconhecer que precisou se afastar do futebol devido a depressão. No meio deste ano, Cristaldo desistiu de um acordo com a Ponte Preta no último minuto em função do agravamento do seu estado.
Em entrevista recente ao jornal argentino Ole, o atleta contou que ficou três meses sem jogar e não tinha vontade de fazer nada, inclusive levantar da cama. Cristaldo confessou que não tinha ânimo para ir aos treinos, se alimentar corretamente e não tinha coragem de dividir a sua situação com os outros.
A recuperação começou ao acertar com Racing. A partir daí, ele foi diagnosticado com depressão e recebeu o devido acompanhamento psicólogo. Com suporte profissional e constante, Cristaldo voltou aos gramados e a balançar as redes. “Sozinho você não se ajuda e não ajuda ninguém”, frisou.
Como superar a depressão no trabalho?
Nos últimos anos, o Ministério do Trabalho tem alertado para o aumento nos índices de depressão diagnosticado no local de trabalho. No começo da década de 2010, dos 100 casos considerados como mentais e comportamentais, os depressivos alcançam a marca de 40% dos benefícios repassados.
Com a crise econômica e a estabilidade política, a situação ficou ainda mais grave. Isso porque os profissionais que sofrem com esse problema podem ter vergonha ou receio de revelar tudo por não saber como o empregador reagirá.
É indispensável pedir auxílio, de modo que a causa seja descoberta e tratada com rapidez. A ansiedade para finalizar os afazeres e o nervosismo provocado pelo prazo curto para finalizar tudo podem agravar os sintomas.
Embora a depressão no trabalho pareça algo muito incapacitante, há maneiras de suavizar os efeitos durante o expediente. Em entrevista ao portal Mundo Carreira, o psicólogo Miguel Lucas indicou algumas medidas que podem ser úteis. Veja algumas dicas!
Divida seus afazeres
A depressão no trabalho mina a vontade e incapacita você de finalizar as suas funções durante o expediente de maneira ágil e com qualidade. Deste modo, você pode fazer tudo passo a passo para dar conta de tudo.
Caso você tenha a obrigação de preparar um relatório, é possível listar todos os tópicos, elaborar um textinho sobre cada um, avaliar as informações e assim por diante. Feito isso, gradativamente, você vai notar que poderá terminar tudo em tempo hábil.
Busque ajuda especializada
Quando você percebe que não está bem, o primeiro impulso pode ser realmente procurar pela ajuda de um amigo ou familiar. Até porque, reprimir essa onda de emoções dentro de si passa longe de ser a melhor solução para esse problema.
No entanto, você não deve se limitar a desabafar com um amigo, vizinho, familiar ou namorado (a). Essa confissão é extremamente importante, mas não vai resolver tudo. Na hora de fazer esse desabafo, o ideal é se amparar em alguém de confiança e discreto a fim de não revelar suas questões pessoais.
Com suporte de uma pessoa de sua confiança e um profissional, a chance de melhora é muito alta. Mas, é fundamental seguir todos os passos indicados pelo especialista e não largar tudo no primeiro indício de evolução. Faça o seu tratamento até o fim!
Converse com empregador
Mesmo que a depressão no trabalho seja uma realidade no Brasil e no mundo, pode ser que os seus colegas e o seu chefe nunca tenham passado por isso. Sendo assim, eles podem não saber como agir inicialmente.
Portanto, uma dica é contar a sua situação quando se sentir devidamente forte para isso. De maneira que o empregador ou superior compreenda as razões da queda no seu rendimento e no possível distanciamento com a equipe.
Caso contrário, ele pode até considerar que você está desinteressado da vaga ou atrasando a demanda propositalmente. A verdade pode evitar esse mau entendimento. Diálogo e bom senso nunca são demais!
E se houver algum atrito ou postura inadequada? Você sempre pode procurar pelos seus direitos na Justiça do Trabalho ao se sentir ofendido e/ou desrespeitado. Procure por algum representante de sua classe social ou advogado trabalhista de confiança.
Afaste-se de pessoas tóxicas
É muito normal que pessoas que estejam enfrentando os efeitos da depressão no trabalho queiram se afastar do grupo. No entanto, pior do que estar sozinho é contar com indivíduos que tendem a lhe deixar ainda mais desanimado.
Procure ficar longe deste tipo de gente e reserve mais tempo para aqueles que vão lhe escutar, apoiar e costumam lhe fazer bem. As boas companhias são ótimas aliadas neste processo de superação de uma depressão.
Durma bem
O ideal é que você esteja com corpo e mente bem descansados a cada nova manhã. Apenas deste modo, você terá condição para enfrentar as inquietações oriundas deste quadro clínico, mas pegar no sono pode ser difícil para quem passa pela depressão.
Tomar algumas medidas antes de se deitar pode facilitar o seu descanso. Veja quais:
- Não coma alimentos pesadas pouco tempo antes de se recolher;
- Não tome bebidas alcoólicas, café ou chás estimulantes;
- Tenha uma hora padrão para se deitar e levantar;
- Fique longe de telas (celulares, tablets, computadores ou videogames) até meia-hora antes de ir pra cama;
- Tente respirar profundamente e manter a calma.
Faça atividade física
O esporte é algo totalmente benéfico para o bem estar, especialmente, para quem está lidando com as conseqüências da depressão no trabalho. Normalmente, a sua atividade também pode englobar outras pessoas e oportunizar novas amizades. E não para por aí!
Endorfina
A atividade física aumenta a produção da endorfina, conhecida como o hormônio do prazer. Este é um tipo de antidepressivo natural e que fará toda a diferença no seu dia a dia.
No entanto, é indispensável que você realmente goste do esporte que está praticando. Essa sensação de contentamento durante o exercício é incrível para lhe tirar do estado de apatia ou desânimo.
Solução para os problemas
A realização de atividades físicas auxilia o cérebro a ter um fluxo de sangue regular, elevando a capacidade de encarar as dificuldades e até com o estresse, isso porque você pode pensar em outras questões e acaba encontrando novas formas de encarar o seu problema.
Além de melhorar a sua resistência e modelar o corpo, o esporte também será importante para a recuperação da autoestima. Gradativamente, você se sentirá cada vez melhor ao se olhar no espelho.
No fim das contas, a depressão no trabalho é algo real e cada vez mais presente no dia a dia. Estar atento aos sinais faz toda a diferença na hora de oferecer amparo a um colega, amigo ou procurar ajuda para si.